Diferentemente do homem, a mulher nasce com uma quantidade pré-determinada de óvulos, tendo a sua maior população (maior reserva ovariana) quando ainda é um feto e tem apenas 20 semanas de vida. A partir de então, a mulher tem uma perda gradual e progressiva da sua população de oócitos, chegando a mais ou menos 1 a 2 milhões ao nascimento, e de mais ou menos 300 mil quando chega em idade reprodutiva.
Alguns fatores interferem no potencial reprodutivo de um casal, e sem dúvida, o fator ovariano é um deles. Ele contribui fortemente para as dificuldades reprodutivas apresentadas pelas pacientes com mais de 35 anos de idade, isto tem sido cada vez mais frequente, visto que a maternidade foi postergada atualmente por fatores sociais, onde os objetivos reprodutivos foram protelados devido à carreira universitária ou profissional.
Existem algumas maneiras indiretas de avaliarmos a reserva ovariana de uma paciente e consequentemente a sua capacidade reprodutiva. Três provas devem ser levadas em consideração nestas situações; o primeiro sem dúvida é idade da paciente ( quanto mais avançada pior o prognostico); o segundo é a dosagem do hormônio Anti-Mulleriano, que é produzido exclusivamente pelos folículos antrais e pré antrais, e demonstra como relativa eficiência a população oocitária remanescente na paciente, e o terceiro
mecanismo utilizado para avaliar a reserva ovariana é a contagem de folículos antrais do 1-3 dia da menstruação, realizado por ecografia endovaginal.
Utilizando estas três ferramentas diminuímos consideravelmente a margem de erro, obtendo uma ideia da real situação da paciente. Esta avaliação tem algumas finalidades, dentre elas a identificação da necessidade de preservar a fertilidade de pacientes que não desejam constituir família no momento.
Este público seguramente se beneficiará do congelamento de óvulos ou embriões. Outra justificativa para avaliarmos a reserva ovariana de uma paciente é mensurar as dosagens necessárias de hormônios durante a estimulação nos ciclos de fertilização in vitro. Casos de baixa reserva também podem necessitar de estímulos seriados para conseguir uma quantidade adequada de óvulos e possibilitar chances reais de gestação.